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Cirurgia de artrodese lombar: saiba tudo sobre

Cirurgia de artrodese lombar: saiba tudo sobre
Imagem: Shutterstock

Diversas condições debilitantes podem ser tratadas pelo procedimento

A coluna vertebral é formada por vértebras, discos intervertebrais, músculos, ligamentos, articulações facetárias e estruturas nervosas. Todo esse conjunto nos dá sustentação, equilíbrio, flexibilidade de movimentos e ainda protege a medula espinhal, localizada no interior da coluna.

A parte inferior da coluna, localizada logo abaixo das costelas e acima dos glúteos, é chamada de coluna lombar. Composta por cinco grandes vértebras, essa parte dá sustentação ao tronco e permite a realização de diferentes movimentos, mas também pode sofrer alguns tipos de lesões.

Algumas delas podem ser graves e causar muita dor, dificuldades de movimentação e instabilidade, o que afeta seriamente o bem-estar do paciente. Quando a dor lombar é decorrente de instabilidade e as medidas conservadoras não mostram bons resultados para aliviar esses sintomas, a cirurgia de artrodese lombar surge como uma das principais opções para reverter a instabilidade da coluna e melhorar a qualidade de vida do paciente.

O que é cirurgia de artrodese lombar?

A palavra artrodese significa fusão de articulação, então a cirurgia de artrodese lombar realiza a fixação de duas ou mais vértebras com conectores, parafusos, hastes e outros dispositivos para limitar o movimento entre as vértebras e estabilizar a coluna. A técnica também utiliza enxertos ósseos para conectar as vértebras, que podem ser provenientes do próprio paciente (autólogo), de um banco de doação ou confeccionados com material sintético.

A artrodese da coluna lombar é uma alternativa para o tratamento cirúrgico de diversas condições que causam dor crônica e sintomas incapacitantes, que tornam difíceis até as atividades mais simples do dia a dia.

Quando é indicada a cirurgia de artrodese de coluna lombar?

Normalmente, a cirurgia de artrodese lombar é indicada quando os tratamentos conservadores, como aplicação de medicação, fisioterapia, repouso e infiltração na coluna, falham na tentativa de corrigir problemas na coluna.

Casos nos quais a instabilidade vertebral traz grandes limitações podem ser tratados pelo procedimento de fusão das articulações, assim como em situações de necessidade de corrigir deformidades graves na coluna.

Resumidamente, a artrodese da coluna lombar é indicada para tratar:

  • Fraturas instáveis da coluna vertebral;
  • Dores crônicas e incapacitantes associadas à instabilidade;
  • Tumores, infecções e fraturas que causam instabilidade vertebral;
  • Graus avançados de escoliose ou cifose;
  • Espondilolistese ístmica;
  • Estenose do canal lombar com instabilidade;
  • Doença degenerativa do disco;
  • Fratura patológica causada por espondilodiscite ou osteomielite;
  • Revisões cirúrgicas em que a descompressão gerará instabilidade iatrogênica.

Quais são os tipos de artrodese da coluna lombar?

O procedimento de fusão de articulação com enxertos ósseos e dispositivos para a fixação das vértebras pode ser feito por meio de algumas técnicas, que variam conforme a via de acesso cirúrgica. A indicação de cada tipo de artrodese da coluna lombar varia de acordo com o caso e avaliação do ortopedista.

​​Artrodese posterolateral (posterolateral fusion – PLF)

Técnica:

  • A incisão é feita na parte posterior da coluna lombar;
  • Os músculos são descolados para expor as vértebras;
  • O enxerto ósseo é colocado na parte posterior e lateral das vértebras para promover a fusão;
  • Parafusos pediculares e hastes são usados para estabilizar a coluna durante a fusão óssea.

Imagem ilustrativa

Indicações:

  • Espondilolistese, escoliose, fraturas vertebrais e degeneração discal.

PLIF (posterior lumbar interbody fusion)

Técnica:

  • Acesso posterior à coluna lombar;
  • Remoção de parte do disco intervertebral;
  • Enxerto ósseo ou espaçadores (cages) são inseridos no espaço discal;
  • Parafusos e hastes são usados para estabilizar a coluna.

Imagem ilustrativa

Indicações:

Hoje, raramente é indicada, pois está associada a um maior risco de lesão neurológica na colocação do espaçador.

TLIF (transforaminal lumbar interbody fusion)

Técnica:

  • Acesso posterior e ligeiramente lateral à coluna;
  • Remoção de parte do disco intervertebral através do forame neural;
  • Enxerto ósseo ou espaçadores são inseridos no espaço discal;
  • Parafusos e hastes estabilizam a coluna.

Imagem lateral de radiografia de TLIF L4-L5

Indicações:

  • Semelhantes ao PLIF, mas com menos manipulação das raízes nervosas.

LLIF (lateral lumbar interbody fusion)

Técnica:

  • Acesso lateral ao corpo vertebral;
  • Procedimento realizado através de uma pequena incisão no lado do corpo;
  • Enxerto ósseo ou espaçadores são inseridos no espaço discal;
  • Parafusos e hastes podem ser usados para estabilização adicional.

Imagem de XLIF (Fonte Nuvasie) ou LLIF

Indicações:

  • Doença degenerativa do disco, escoliose, espondilolistese.

OLIF (oblique lumbar interbody fusion)

Técnica:

  • Acesso oblíquo (diagonal) à coluna lombar, evitando a dissecção dos músculos posteriores;
  • Pequena incisão abdominal;
  • Espaçadores e enxertos ósseos são inseridos no espaço discal;
  • Parafusos e hastes podem ser usados para estabilização.

Indicações:

  • Degeneração discal, espondilolistese e escoliose.

ALIF (anterior lumbar interbody fusion)

Técnica:

  • Acesso anterior à coluna lombar, através de uma incisão abdominal;
  • Remoção do disco intervertebral;
  • Enxerto ósseo ou espaçadores são colocados no espaço discal;
  • Parafusos e placas podem ser usados para estabilização.

Imagem: Artrodese ALIF Stand Alone

Indicações:

  • Degeneração discal, espondilolistese, deformidades da coluna e revisão de hérnia discal.

Comparação das técnicas

  • Acesso e incisões: cada técnica difere no acesso cirúrgico (posterior, lateral, oblíquo ou anterior), o que influencia a extensão da cirurgia, a manipulação dos tecidos e o tempo de recuperação do paciente.
  • Estabilização: todas as técnicas envolvem a colocação de enxertos ósseos e, geralmente, a utilização de dispositivos de fixação (parafusos, hastes e placas) para promover a fusão.
  • Indicações específicas: a escolha da técnica depende da condição específica do paciente, localização da patologia e considerações anatômicas e de saúde geral do indivíduo.

Essas técnicas são utilizadas para tratar uma variedade de condições da coluna lombar e são escolhidas com base na necessidade específica do paciente e na experiência do cirurgião.

Imagem: possíveis formas de acessar a coluna para abordar cada técnica

Quais são as vantagens da cirurgia?

A cirurgia de artrodese lombar é a alternativa mais eficaz para devolver a estabilidade vertebral em casos graves de deformidades e alterações na coluna. Outra vantagem é que o procedimento pode ser feito por técnicas minimamente invasivas, que reduzem danos aos tecidos e diminuem os riscos de complicações pós-operatórias.

A cirurgia alivia a dor crônica e incapacitante quando métodos conservadores não mostram resultados satisfatórios, o que pode prevenir a progressão da doença e evitar novas complicações. Esse é um grande ganho para a qualidade de vida, uma vantagem que supera certa limitação dos movimentos que a fusão óssea das vértebras pode causar.

Há riscos na artrodese lombar?

Como em qualquer cirurgia, a artrodese lombar apresenta riscos, ainda que estes sejam reduzidos graças à evolução das técnicas e aos cuidados pré e pós-operatórios. Os principais são:

  • Infecção;
  • Complicações neurológicas (raras);
  • Não consolidação da fusão óssea;
  • Má posição dos dispositivos de fixação óssea.

Como fica a coluna depois de uma artrodese?

Uma dúvida bastante comum é se existe a necessidade de retirar os parafusos e outros dispositivos colocados na artrodese da coluna lombar. Os parafusos não precisam ser removidos, pois são importantes para promover a estabilidade da coluna até a consolidação da artrodese ou fusão óssea.

Para uma boa reabilitação, o paciente deve seguir alguns cuidados durante o período pós-operatório, entre eles:

  • Evitar atividades físicas mais intensas e levantamento de peso nas primeiras semanas;
  • Realizar sessões de fisioterapia para fortalecer a musculatura e melhorar a mobilidade da coluna;
  • Tomar os medicamentos prescritos para controlar a dor e o desconforto que podem surgir na região operada;
  • Respeitar o período recomendado pelo médico para retornar às atividades habituais.

Tempo de recuperação da artrodese lombar

O tempo de recuperação pode ser bastante variável, pois depende das características do paciente, particularidades do caso e complexidade da cirurgia de artrodese lombar.

O médico ortopedista que conduzirá o caso vai determinar em quanto tempo o paciente pode retornar às atividades mais leves, incluindo o trabalho, e exercícios físicos mais intensos. Geralmente, o paciente deve aguardar pelo menos um mês para retornar às atividades de rotina e seis meses para atividades mais pesadas.

Para saber mais informações, entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Flávio Zelada.

 

Fontes:

Dr. Flávio Zelada.

de Kunder SL, van Kuijk SMJ, Rijkers K, Caelers IJMH, van Hemert WLW, de Bie RA, van Santbrink H. Transforaminal lumbar interbody fusion (TLIF) versus posterior lumbar interbody fusion (PLIF) in lumbar spondylolisthesis: a systematic review and meta-analysis. Spine J. 2017 Nov;17(11):1712-1721. doi: 10.1016/j.spinee.2017.06.018. Epub 2017 Jun 21. PMID: 28647584.

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