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O que é o traumatismo raquimedular?

O que é o traumatismo raquimedular?
Imagem: Shutterstock

O traumatismo raquimedular é uma lesão na medula espinhal causada por impacto, que pode resultar em perda de função motora e sensorial

O traumatismo raquimedular (TRM) é uma lesão grave da medula espinhal, que pode ocorrer em decorrência de traumatismos na coluna vertebral, resultando em danos permanentes das funções motoras e sensoriais do corpo, afetando a mobilidade e a qualidade de vida do indivíduo. A seguir, saiba como ocorre esse trauma, quais são as consequências e os tratamentos disponíveis.

O que é o trauma raquimedular?

O traumatismo raquimedular é uma lesão grave que ocorre na medula espinhal, localizada dentro da coluna vertebral. Esse tipo de lesão pode danificar a capacidade de sentir e mover o corpo, especialmente braços e pernas, e, em muitos casos, os danos são permanentes. As lesões afetam principalmente a região cervical da coluna vertebral, que responde por cerca de metade dos casos devido à sua maior mobilidade e exposição.

O trauma raquimedular é dividido em lesão primária e secundária. A lesão primária ocorre no impacto, causando danos imediatos às células nervosas, aos vasos sanguíneos e aos tecidos da medula espinhal, resultando em hemorragias. A lesão secundária é uma resposta ao trauma inicial, ocorre horas ou dias depois e envolve processos inflamatórios que agravam ainda mais o dano, expandindo a área afetada e comprometendo as funções motoras e sensoriais.

Como o traumatismo raquimedular acontece?

O traumatismo raquimedular ocorre quando há um impacto ou lesão direta na coluna vertebral, que afeta as estruturas neurológicas, como a medula espinhal, o cone medular ou a cauda equina. O impacto pode causar fraturas vertebrais, deslocamento dos ossos ou danos aos ligamentos, comprimindo ou rompendo a medula espinhal. Com isso, ocorre a interrupção na transmissão de sinais entre o cérebro e o corpo, causando perda de movimento e sensibilidade.

Entre as principais causas desse trauma estão:

  • Acidentes de carro;
  • Quedas;
  • Lesões em práticas esportivas;
  • Agressões.

Fatores de risco do traumatismo raquimedular

O traumatismo raquimedular pode ser desencadeado por diversos fatores de risco, que aumentam a probabilidade de lesões graves na medula espinhal. A idade é um dos principais fatores. Com o envelhecimento, a medula espinhal e as estruturas da coluna vertebral tornam-se mais frágeis, tornando o indivíduo mais suscetível a traumas, especialmente em quedas.

Indivíduos que praticam esportes de contato ou atividades radicais têm maior risco de lesões na medula espinhal devido à possibilidade de quedas ou colisões durante essas práticas. Da mesma forma, pessoas com condições como osteoporose, câncer e outras doenças que afetam a coluna vertebral podem tornar a medula espinhal mais suscetível, mesmo a impactos de baixa intensidade.

Acidentes de trânsito, quedas e agressões, como ferimentos por arma de fogo, são causas frequentes de traumatismo raquimedular. A coluna cervical é especialmente vulnerável devido à sua mobilidade e à exposição a impactos. Além disso, o abuso de álcool eleva o risco de lesões na medula, pois prejudica a coordenação motora e o julgamento, aumentando a probabilidade de acidentes.

Sintomas do traumatismo raquimedular

Os sintomas do traumatismo raquimedular variam conforme a localização e a gravidade da lesão, sendo os mais comuns a perda de sensibilidade e movimento abaixo do nível da lesão. Outros sinais incluem:

  • Perda de controle urinário e intestinal;
  • Dor neuropática, caracterizada por sensações intensas de queimação ou formigamento nas áreas afetadas;
  • Espasmos musculares;
  • Disfunção sexual;
  • Fraqueza muscular ou paralisia;
  • Alterações na respiração, dificultando a tosse ou a eliminação de secreções pulmonares;
  • Alterações na pressão arterial e no ritmo cardíaco.

Diagnóstico do traumatismo raquimedular

O diagnóstico do traumatismo raquimedular envolve a avaliação clínica, exames de imagem e a identificação de sinais neurológicos específicos. A radiografia costuma ser o primeiro exame realizado, sendo útil para identificar fraturas vertebrais, mas não mostra lesões na medula espinhal, sendo necessário solicitar exames complementares.

A tomografia computadorizada proporciona uma visão mais detalhada, sendo especialmente útil para identificar fraturas vertebrais complexas, deslocamentos ou lesões nas estruturas ósseas. Já a ressonância magnética é indicada para a avaliação da medula espinhal, permitindo a visualização de lesões nos tecidos moles, como compressões, hematomas, contusões e edemas.

Tratamento do traumatismo raquimedular

O tratamento do traumatismo raquimedular envolve diversas etapas e depende da gravidade da lesão. O atendimento inicial no local do acidente é fundamental para evitar lesões adicionais. Pacientes com risco de lesão neurológica, como os politraumatizados ou inconscientes, devem ser manuseados com extrema cautela. A imobilização cervical e o transporte em prancha rígida são essenciais, pois a movimentação inadequada pode piorar o prognóstico.

Quando há fraturas graves que comprimem as estruturas neurológicas, como a medula espinhal e a cauda equina, a intervenção cirúrgica se torna necessária. A cirurgia visa descomprimir a medula espinhal e estabilizar fraturas vertebrais ou lesões ligamentares. A realização da cirurgia dentro de 24 horas após o trauma tem mostrado melhores resultados neurológicos.

O repouso é fundamental para permitir a recuperação das estruturas da coluna. A fisioterapia desempenha um papel vital na reabilitação do paciente, na recuperação da função motora e no tratamento das disfunções urinárias e intestinais. A terapia ocupacional também é necessária para ajudar o paciente a se adaptar às novas condições de vida, assim como o apoio psicológico.

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Fontes:

Hospital Albert Einstein

Ministério da Saúde