Conheça todos os detalhes do procedimento que promete acabar com a lombalgia crônica, condição que atinge 26 milhões de pessoas entre 20 e 64 anos.
A nossa coluna lombar é composta por cinco vértebras localizadas na parte de baixo da coluna vertebral, numeradas de L1 a L5. Entre essas vértebras, estão os discos intervertebrais, que são como amortecedores que nos permitem ter mobilidade. A função principal da coluna lombar é garantir suporte estrutural ao tronco, além de possibilitar diversos movimentos, como flexão, extensão e rotação. Sendo assim, esses discos e articulações trabalham juntos para nos dar mobilidade e absorver impactos nas atividades físicas.
Uma pessoa com lombalgia, especialmente crônica, tem essa amplitude de movimento bastante comprometida. Essa dor na região lombar, acontece justamente por conta de condições degenerativas desses discos, conhecidas como doença de disco degenerativa (DDD). Na DDD, os discos perdem altura, sofrem fibrose e fragmentação, alterando a biomecânica natural da coluna. Isso gera dor e até dificuldade para realizar atividades cotidianas.
Saiba se a prótese de disco é indicada para o seu caso!
O que é a artroplastia lombar?
A artroplastia lombar, também conhecida como prótese de disco lombar (PDL), é um procedimento cirúrgico para remover e substituir um disco lesionado ou degenerado da coluna lombar, inserindo uma prótese artificial no lugar. O resultado é alívio da dor, estabilidade da coluna reestabelecida e volta da amplitude de movimentos.
Também existe outra cirurgia para lombalgia chamada fusão espinhal, onde dois ou mais segmentos da coluna são unidos de forma permanente. O problema é que, dessa forma, os movimentos dos segmentos afetados são bloqueados, o que não acontece na artroplastia lombar. Além disso, estudos como o do Primeiro Consenso Anual de Prótese do Disco Lombar de Boston indicam que a artroplastia lombar apresenta menos complicações a longo prazo, como novas degenerações e necessidade de novas cirurgias.
Quando é indicado substituir o disco lombar?
A artroplastia lombar é indicada para pacientes com DDD em estágio avançado que não responderam bem a tratamentos conservadores por pelo menos de seis meses a um ano. Além disso, ela é recomendada principalmente para pacientes mais jovens e ativos e sem deformidades mais graves, como espondilolistese de grau acima do 1 ou osteopenia. Outro fator importante é o local da degeneração, que deve estar localizada entre os níveis L3 a S1 da coluna lombar.
Como a artroplastia lombar é realizada?
A artroplastia lombar é feita sob anestesia geral, começando com uma incisão na região lombar ou abdominal, dependendo da abordagem escolhida. Após a incisão, o cirurgião acessa a coluna vertebral e remove o disco intervertebral degenerado, que é o responsável pelos sintomas apresentados.
Depois disso, a prótese artificial é inserida no espaço do disco removido. Ela é projetada para imitar a função do disco natural, proporcionando suporte e permitindo o movimento normal entre as vértebras. As próteses são frequentemente feitas de materiais biocompatíveis, como polímeros ou uma combinação de metal e plástico, sendo extremamente duráveis e resistentes. Por fim, o cirurgião fecha a incisão camada por camada para minimizar o risco de infecção e garantir a cicatrização adequada.
O procedimento pode levar várias horas e geralmente requer que o paciente permaneça no hospital por alguns dias para monitoramento e administração da dor. Mais abaixo, no último parágrafo, falaremos sobre a recuperação inicial, que envolve cuidados específicos e fisioterapia para garantir uma boa recuperação e total restauração da mobilidade.
Quais são os benefícios da artroplastia lombar?
Os principais benefícios da artroplastia lombar são:
- Preservação do movimento: diferente da fusão lombar, que elimina a mobilidade no nível operado, a artroplastia lombar mantém a movimentação natural da coluna no segmento tratado.
- Menor risco de degeneração do nível adjacente: estudos mostram que a artroplastia lombar reduz o risco de degeneração dos discos adjacentes no nível operado, o que é uma complicação comum na fusão lombar.
- Menor incidência de reoperações: meta-análises indicam que os pacientes que optam pela artroplastia lombar têm um risco menor de necessitar de reoperações.
- Recuperação mais rápida: pacientes submetidos à artroplastia lombar tendem a ter uma recuperação mais rápida e a retornar às suas atividades mais cedo em comparação com os que optam pela fusão espinhal.
- Menor risco de complicações graves: estudos mostram que a artroplastia lombar tem taxas mais baixas de complicações graves.
Há riscos na cirurgia?
A artroplastia lombar, assim como qualquer procedimento cirúrgico, tem seus riscos e possíveis complicações. Entre eles, está a falha do dispositivo, que pode ocorrer se a prótese apresentar problemas como migração, subsidência ou desgaste do material. Com isso, podem ser necessárias novas cirurgias para corrigir o problema. Outro risco é o de infecção, que pode acontecer tanto no local da incisão quanto em volta da prótese, necessitando tratamento adicional ou até mesmo a remoção da prótese.
Além disso, também existe o risco de lesão neurológica durante a cirurgia, o que pode resultar em dor, fraqueza ou perda de sensibilidade em áreas específicas do corpo. O posicionamento inadequado da prótese também é uma preocupação, já que pode comprometer a função da prótese e causar dor persistente ou novos problemas na coluna.
Apesar desses riscos, estudos demonstram que o procedimento tem um perfil de segurança favorável, com baixas taxas de complicações graves a longo prazo.
Como é a recuperação e o pós-operatório?
A recuperação após a artroplastia lombar começa com um período inicial de hospitalização para monitoramento, que normalmente é controlado com medicamentos prescritos e, em alguns casos, o uso de um colete lombar. Após a alta, é primordial evitar atividades físicas intensas e levantamento de peso, já que isso pode comprometer a cicatrização.
Para garantir recuperação total, os pacientes fazem fisioterapia poucos dias após a cirurgia; isso ajuda a fortalecer os músculos da coluna e melhorar a mobilidade. A volta às atividades normais varia de algumas semanas a vários meses, dependendo da saúde geral do paciente e do seguimento do plano de reabilitação. Fazer acompanhamento regular com o médico é essencial para monitorar a integridade e o funcionamento da prótese, ajustando o plano de recuperação conforme necessário.
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Fontes: