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Cirurgia de Espondilolistese de Alto Grau

Cirurgia de Espondilolistese de Alto Grau
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Escorregamento das vértebras pode ter diferentes graus, o que influencia diretamente a escolha do tratamento

O termo espondilolistese serve para definir o escorregamento de uma vértebra sobre a outra, o que compromete a estabilidade e o alinhamento da coluna vertebral. O problema é mais comum na região lombar, e o quadro clínico varia de acordo com os graus de escorregamento, que vão desde pacientes assintomáticos até aqueles com dificuldades motoras.

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Esses graus de escorregamento se dividem das seguintes formas:

  • Grau 1: até 25% de escorregamento;
  • Grau 2: entre 26% e 50% de escorregamento;
  • Grau 3: entre 51% e 75% de escorregamento;
  • Grau 4: entre 76% e 99% de escorregamento;
  • Grau 5: escorregamento completo superior a 100%, uma condição chamada ptose vertebral.

É importante conhecer essa classificação porque o nível de escorregamento é um dos critérios que determinam o tipo de tratamento a ser adotado. A espondilolistese é considerada de baixo grau quando o deslizamento é inferior a 50%. Casos como este costumam responder bem aos tratamentos conservadores, como fisioterapia, medicamentos para controle da inflamação, exercícios de fortalecimento muscular e correção de postura.

Já a espondilolistese de alto grau (acima de 50%) geralmente recebe a indicação cirúrgica.

O que é a cirurgia de espondilolistese de alto grau?

A cirurgia de espondilolistese de alto grau é o tratamento indicado quando as medidas conservadoras não se mostram eficientes para estabilizar a coluna e aliviar os sintomas do paciente. A cirurgia tem o objetivo de realizar a descompressão das raízes nervosas para a melhora da dor e correção da instabilidade da coluna por meio da artrodese, procedimento que funde duas ou mais vértebras.

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Como é realizada a cirurgia de espondilolistese de alto grau?

A artrodese pode ser realizada por diferentes técnicas, inclusive minimamente invasivas, que proporcionam menor agressão aos tecidos e uma recuperação mais tranquila. As vias de acesso para a cirurgia de espondilolistese de alto grau podem variar entre anterior, lateral e posterior, a depender das particularidades do caso e avaliação do médico especialista em cirurgia da coluna.

A fusão óssea para corrigir a instabilidade mecânica gerada pelo escorregamento das vértebras é feita com hastes, conectores e parafusos metálicos de titânio para fixar as vértebras e interromper seu deslocamento. A cirurgia de espondilolistese de alto grau ainda pode envolver a colocação de enxertos ósseos obtidos do próprio paciente (autólogo) ou de materiais sintéticos para criar uma estrutura ainda mais estável e evitar novos episódios de escorregamento.

A monitorização eletrofisiológica intraoperatória, como o uso de potenciais evocados, é um procedimento crucial durante cirurgias de correção de espondilolistese de alto grau, conduzida por uma equipe de neurofisiologistas especializados. Este método consiste na avaliação da função nervosa em tempo real, permitindo que os cirurgiões identifiquem e evitem potenciais danos aos nervos ou à medula espinhal durante o procedimento.

Na espondilolistese, quando há um deslizamento de uma vértebra sobre a outra, o risco de lesão neurológica existe devido à manipulação cirúrgica necessária para realinhar as vértebras. Por meio dos potenciais evocados, os neurofisiologistas podem detectar alterações na condução neural instantaneamente, fornecendo informações vitais que permitem ajustes cirúrgicos imediatos, minimizando assim o risco de sequelas permanentes, como paralisia ou alterações sensoriais. Esta prática não só aumenta a segurança do procedimento como também contribui para melhores resultados pós-operatórios e uma recuperação mais eficaz do paciente.

Uma preocupação bastante frequente das pessoas é que a artrodese pode causar uma limitação parcial dos movimentos da coluna, que dependerá da quantidade de vértebras fundidas. Mesmo assim, os benefícios associados ao procedimento são maiores por corrigir a instabilidade da coluna e aliviar os sintomas incapacitantes do paciente.

Quando a cirurgia de espondilolistese de alto grau é indicada?

A principal indicação da cirurgia de espondilolistese de alto grau é para pacientes que não obtiveram sucesso com os tratamentos clínicos para controlar os seguintes sintomas:

  • Dor lombar que piora com movimentos de flexoextensão e exercícios físicos;
  • Dor que irradia para as pernas;
  • Comprometimento da postura com o desalinhamento da coluna;
  • Fraqueza muscular;
  • Sensação de formigamento e dormência nos membros inferiores;
  • Dificuldades motoras.

Normalmente, a indicação cirúrgica é reservada para casos mais graves de deslizamento entre as vértebras (acima de 50%), que comprometem a função da coluna, mas graus menores de espondilolistese podem necessitar de cirurgia dependendo do quadro clínico do paciente, principalmente nos casos em que há compressão neurológica associada.

Existem riscos?

Como em qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos associados durante e após a execução da cirurgia de espondilolistese de alto grau. É importante que o paciente converse com o médico nas consultas pré-operatórias para conhecer todos os riscos e saber como eles podem ser minimizados com a aplicação correta da técnica e os cuidados tomados durante a recuperação.

Nesse sentido, os principais riscos inerentes a essa cirurgia são:

  • Sangramentos;
  • Infecções;
  • Lesão neurológica;
  • Migração ou quebra dos implantes;
  • Falha da artrodese, quadro conhecido como pseudoartrose, que é a fusão inadequada das vértebras;
  • Problemas de cicatrização;
  • Persistência dos sintomas da espondilolistese.

Como é o pós-cirúrgico?

O período pós-operatório é de extrema importância para o sucesso da cirurgia de espondilolistese de alto grau e para a completa reabilitação do paciente. Os cuidados podem variar de acordo com a extensão do procedimento e a técnica utilizada, mas, de maneira geral, o paciente deve manter repouso relativo nos primeiros dias até ser liberado gradualmente para as demais atividades de rotina.

As dores e os desconfortos no local da cirurgia são normais nas primeiras semanas e podem ser aliviados com a medicação analgésica prescrita pela equipe médica. O paciente deve, ainda, seguir outras orientações referentes à fisioterapia e exercícios complementares.

A liberação para atividades físicas mais intensas, inclusive esportes de impacto, é feita após a conclusão da cicatrização do processo de fusão óssea, que pode levar de 3 a 6 meses após a cirurgia de espondilolistese de alto grau.

Para mais informações sobre esse e outros tratamentos de alterações na coluna, entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Flávio Zelada, ortopedista especialista em cirurgias da coluna.

Fontes:

Dr. Flávio Zelada

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