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Escoliose

Escoliose
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Desvio lateral na coluna vertebral pode ser tratado com métodos conservadores ou cirurgia

A coluna vertebral, naturalmente, é alinhada com uma curvatura suave no formato da letra “S” quando a pessoa é observada de lado e reta quando a pessoa é observada de frente ou de costas. Assim, ela se estabelece como estruturante do corpo nessa posição. Algumas pessoas, no entanto, podem apresentar desvios na curvatura da coluna, como a hiperlordose, a hipercifose e a escoliose.

Pessoas com escoliose podem ter uma série de complicações e prejuízos à sua qualidade de vida de acordo com o grau de desvio da coluna. Entenda, no conteúdo a seguir, quais são as principais características dessa condição e como ela pode ser tratada.

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O que é a escoliose?

A escoliose é uma deformidade caracterizada por um desvio tridimensional da coluna, mais perceptível no plano frontal vertebral, que faz com que ela fique com uma curvatura anormal quando a pessoa é observada de frente ou de costas. Estima-se que cerca de 4% das pessoas tenham algum grau de escoliose.

Uma pessoa com escoliose pode apresentar uma ou mais curvaturas anormais, que podem se projetar para o lado direito, para o lado esquerdo ou, ainda, no eixo entre frente e costas.

Quais são as causas da escoliose?

A escoliose pode ter diversas causas, mas muitos casos são idiopáticos, isto é, sem uma causa determinada. A escoliose idiopática, que é a mais comum, acomete muito mais o sexo feminino na proporção de 10 para 1 em relação ao sexo masculino. Embora não haja uma causa definida, fatores hormonais podem estar envolvidos na gênese da patologia. No entanto, o problema em alguns pacientes pode surgir como sequela de doenças neuromusculares, traumas e outras condições, como a malformação das vértebras.

Além disso, apesar de não serem fatores determinantes para o desenvolvimento da escoliose, observa-se um risco maior de a escoliose estar associada à dor em pessoas sedentárias, que têm má postura e que praticam exercícios físicos de forma inadequada.

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Tipos de escoliose

A escoliose pode ser classificada em alguns tipos, de acordo com a forma como a doença se manifesta. São eles:

  • Escoliose idiopática: quando o desvio na coluna ocorre sem uma causa aparente. Pode ser de início precoce, infantil, juvenil ou do adolescente;
  • Escoliose congênita: presente desde o nascimento, causada principalmente pela malformação das vértebras;
  • Escoliose neuromuscular: surge como consequência de doenças neuromusculares, como a poliomielite, a síndrome de Duchenne e a paralisia cerebral;
  • Escoliose pós-traumática: surge a partir de traumas e acidentes que favorecem o desalinhamento da coluna vertebral.

Além da classificação dos tipos de escoliose de acordo com a forma como ela se manifesta, existe também a divisão dos graus de desvio, que são:

  • Curva leve: quando o desvio tem entre 10 e 20 graus;
  • Curva moderada: quando o desvio tem entre 20 e 45 graus;
  • Curva grave: quando o desvio tem mais de 45 graus.

Sintomas da escoliose

Os principais sintomas da escoliose estão associados às alterações estéticas da coluna vertebral, cuja curvatura pode evidenciar sinais como a assimetria de altura dos ombros e dos quadris, a sensação visual de que as pernas têm tamanhos diferentes e a inclinação do corpo.

Alguns sintomas físicos também podem estar presentes. É comum que pacientes com escoliose sintam mais dores e desconfortos musculares, e tenham maior propensão ao cansaço físico. Quando a curvatura tem grau muito avançado, pode ainda afetar órgãos como o coração e os pulmões.

Além disso, a escoliose pode trazer consequências psicológicas ao paciente por causa da alteração na sua aparência. Num prazo maior, isso pode levar à diminuição da autoestima ou mesmo a condições como o isolamento social e a depressão.

Como é feito o diagnóstico da escoliose?

O diagnóstico da escoliose deve ser feito pelo médico ortopedista especialista em coluna a partir da análise dos sinais perceptíveis da condição e da história clínica do paciente.

Alguns exames de imagem, sendo o principal a radiografia panorâmica da coluna com medida do ângulo de Cobb, devem ser realizados para o diagnóstico da escoliose. Na escoliose, o ângulo de Cobb, que é medido entre o platô superior e inferior das duas vértebras mais inclinadas, é maior que 10 graus. Além disso, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética podem ser solicitadas em alguns casos que necessitam de aprofundamento da investigação.

Os exames complementares auxiliam no diagnóstico e a determinar o tipo de escoliose, bem como seu grau de curvatura e se existem complicações sobre outros órgãos por causa do desvio.

Tratamento da escoliose

O tratamento da escoliose depende de uma série de fatores, principalmente o tipo da doença, o grau de curvatura e se existem outras comorbidades que também precisam ser tratadas.

Nos casos em que o grau de desvio é baixo e não há uma percepção visual nítida dos sinais da curvatura da escoliose, os tratamentos podem se limitar ao acompanhamento do desenvolvimento da condição.

Quando se detecta a necessidade de tratamento, os métodos conservadores são a opção que deve ser primeiramente adotada. O uso de coletes para ajustar a postura em conjunto com sessões de fisioterapia específicas e reeducação postural são exemplos de tratamentos que podem ser realizados nesses casos.

A prática de exercícios físicos que visam o fortalecimento da musculatura na região da coluna também pode ajudar a evitar o agravamento da escoliose. Deve-se ter, no entanto, atenção para que as atividades não gerem sobrecarga, o que pode piorar a condição ou causar outros problemas.

Cirurgia para escoliose

Nos casos em que a curvatura tem maior gravidade ou em pessoas adultas com crescimento já consolidado, o tratamento da escoliose pode ser cirúrgico. Nessas situações, o procedimento a ser realizado é a correção da deformidade seguida da artrodese de coluna.

Na cirurgia, com o auxílio de hastes e parafusos, é feito o realinhamento das vértebras e sua fusão, para que o posicionamento correto seja mantido. A cirurgia de escoliose pode durar de 3 a 8 horas, dependendo do grau de curvatura a ser corrigido. É fundamental a utilização do potencial evocado (monitorização eletrofisiológica intraoperatória), que consiste na monitorização da função neurológica da medula em tempo real durante todo o procedimento, o que aumenta a segurança e diminui o risco de dano neurológico à medula.

Ainda que a cirurgia não corrija perfeitamente o grau de desvio da escoliose em todos os casos, a maioria dos pacientes consegue obter uma qualidade de vida satisfatória após o procedimento.

É possível prevenir a escoliose?

Como a maioria dos casos de escoliose é idiopática, é muito difícil dizer que é possível prevenir a doença com total certeza. Alguns tipos, como a congênita e a neuromuscular, por exemplo, não podem ser prevenidos, pois são consequências de fatores sobre os quais não há controle.

É possível, no entanto, para os outros tipos de escoliose, adotar alguns hábitos que podem diminuir um pouco as chances de desenvolvimento do desvio da coluna vertebral, como evitar traumas na coluna, ter hábitos de vida saudáveis e fazer atividades físicas da forma correta.

O Dr. Flávio Zelada é ortopedista especialista no tratamento de doenças da coluna vertebral, como a escoliose e outros desvios. Para saber mais sobre essas condições e seus tratamentos, entre em contato e agende uma consulta.

Fontes:

Dr. Flávio Zelada

Scoliosis Research Society

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