Deformidade é causada por um enfraquecimento muscular do pescoço. O tratamento pode ser de suporte ou cirúrgico.
Os músculos extensores do pescoço são responsáveis por manter o alinhamento e o movimento da coluna cervical corretamente em relação à cabeça, sendo assim, proporcionando seu correto posicionamento.
Algumas situações que afetam essa estrutura muscular — como doenças neurológicas e reumáticas — podem levar ao desenvolvimento de uma condição rara, chamada síndrome da cabeça caída. Se não tratada, pode levar o paciente a complicações graves. Entenda mais sobre ela neste conteúdo.
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O que é a síndrome da cabeça caída?
A síndrome da cabeça caída (SCC), também conhecida por seu nome em inglês dropped head syndrome, é uma condição que ocorre quando o alinhamento da cabeça em relação ao restante do corpo não é sustentado, fazendo com que a cabeça aparente estar sempre flexionada, com o queixo sobre o pescoço.
O responsável pela ocorrência da deformidade característica da síndrome da cabeça caída é o enfraquecimento dos músculos extensores do pescoço, que, como vimos, são responsáveis pela movimentação e manutenção do alinhamento e do posicionamento da cabeça e da coluna cervical.
Apesar de ser comumente associada a pacientes idosos, a síndrome da cabeça caída pode afetar homens e mulheres de qualquer idade, uma vez que está quase sempre associada a outras condições.
Quais são as causas da síndrome da cabeça caída?
O enfraquecimento dos músculos extensores do pescoço característico da síndrome da cabeça caída pode ocorrer como consequência de outras doenças, principalmente as de origem neuromuscular que afetam o neurônio motor, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Doenças reumáticas autoimunes, como as miopatias, também podem afetar os músculos do pescoço e levar a pessoa a desenvolver a síndrome da cabeça caída. Além disso, em alguns casos, a dropped head syndrome pode aparecer como complicação pós-cirúrgica ou de tratamentos médicos, como a radioterapia.
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Sintomas da síndrome da cabeça caída
O principal sinal da síndrome da cabeça caída é uma severa deformidade na coluna cervical causada pela não sustentação da cabeça sobre o pescoço, que faz com que o queixo esteja sempre sobre o peito — daí o nome da condição.
Por causa de suas características, a síndrome da cabeça caída pode, ainda, ter outros sintomas, tais como:
- Fraqueza e espasmos musculares;
- Perda de controle dos músculos da região;
- Dores de cabeça e pescoço frequentes;
- Diminuição da amplitude do movimento cervical.
Os sintomas podem variar em manifestação e intensidade de acordo com a doença que levou ao desenvolvimento da SCC. Além disso, quando a dropped head syndrome evolui, pode levar o paciente a sofrer complicações graves, como o estreitamento do canal da medula espinhal e outras alterações na coluna cervical, além de obstrução do fluxo do líquido cefalorraquidiano.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da síndrome da cabeça caída é feito pelo médico ao analisar os sintomas e a história clínica do paciente. A partir da percepção do principal sinal da doença, que pode ser constatado também com um exame físico, é importante que sejam realizados exames para detectar as possíveis causas da condição, caso já não tenham sido detectadas anteriormente.
Exames de imagem, como as radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas, podem ser essenciais para auxiliar no diagnóstico diferencial ou mesmo identificar sinais de complicação sobre a coluna ou a medula espinhal.
Além disso, exames neurológicos, como a eletroneuromiografia, são fundamentais para identificar possíveis processos de distúrbios neuromusculares que estejam causando a síndrome da cabeça caída.
De forma geral, podemos dizer que a identificação do fator causador da síndrome ou o entendimento de sua relação com o enfraquecimento muscular característico da SCC é fundamental para que o paciente seja encaminhado para o tratamento correto.
Tratamento da síndrome da cabeça caída
O tratamento para a síndrome da cabeça caída é, na maioria dos casos, de suporte, uma vez que, estando relacionada a distúrbios neuromusculares ou reumáticos, não existe uma situação em que a condição é curada de forma completa.
No entanto, a associação de abordagens de tratamento que envolvam exercícios de fisioterapia e uso de colar cervical, por exemplo, podem trazer grande melhora na qualidade de vida do paciente, que se vê novamente apto a realizar atividades cotidianas de forma mais hábil.
Medicamentos podem ser prescritos para aliviar sintomas dolorosos e incômodos ou que estejam associados a inflamações, que podem ocorrer devido à deformidade em si ou como consequência das doenças que levam à síndrome da cabeça caída.
Cirurgia
Em alguns casos, pode ser identificada a necessidade de fusão das vértebras cervicais (artrodese da coluna cervical) como parte do tratamento da síndrome da cabeça caída. Além da fusão, a cirurgia também é realizada para descomprimir nervos e a medula espinhal, que pode estar afetada pela deformidade.
Como mencionado, o procedimento não é indicado a todos os pacientes e depende de uma avaliação individual que envolve a identificação da gravidade dos fatores causadores da SCC e outras características do estado geral de saúde de cada indivíduo.
O Dr. Flávio Zelada é médico ortopedista especialista em cirurgia da coluna vertebral e tem uma publicação relacionada em pacientes com Síndrome da Cabeça Caída. Para saber mais sobre procedimentos realizados como parte do tratamento de doenças como a síndrome da cabeça caída, entre em contato e agende uma consulta.
Fontes:
Marcon RM, Ono AHA, Zelada FGB, Cristante AF, Barros TEP. SURGICAL CORRECTION OF SEVERE AND FIXED CHIN-ON-CHEST DEFORMITY. Acta Ortop Bras. 2018;26(6):415-417. doi: 10.1590/1413-785220182606169271. PMID: 30774518; PMCID: PMC6362680.
Revista Arquivos de Neuropsiquiatria