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Correção de deformidade torácica: saiba tudo sobre!

Correção de deformidade torácica: saiba tudo sobre!
Imagem: Shutterstock

As deformidades da coluna torácica podem ir muito além de problemas estéticos. Elas podem causar dores intensas, alterações posturais significativas e limitar os movimentos, afetando diretamente a qualidade de vida. A boa notícia é que a correção de deformidade torácica por meio de tratamento cirúrgico adequado pode trazer alívio dos sintomas e restaurar a função da coluna.

A coluna vertebral possui curvaturas naturais que garantem equilíbrio e mobilidade ao corpo. No entanto, quando a coluna torácica — localizada no meio das costas — apresenta desvios acentuados, seja com curvas maiores que 10 graus (vistas de frente) ou pela perda da curvatura normal (vistas de lado), surgem problemas que vão além da postura.

Dores constantes, fadiga muscular e até dificuldades respiratórias podem ser sinais de que algo está errado. Em casos mais graves, a cirurgia de correção de deformidade torácica é recomendada para impedir a progressão do problema, aliviar os sintomas e devolver ao paciente sua liberdade de movimento.

Se você ou alguém que você ama sofre com dores ou deformidades na coluna torácica, saiba que há solução. Entenda mais sobre como a cirurgia pode transformar vidas e permitir que você volte a realizar suas atividades sem limitações.

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Quais as principais deformidades da coluna torácica?

A cifose é o nome da curvatura fisiológica da coluna torácica, uma curva suave com angulação de 20 a 50 graus que se projeta para a frente e proporciona uma forma arredondada na parte superior das costas. Quando essa curvatura é muito acentuada, superior a 50 graus, há uma patologia chamada hipercifose, que pode levar a uma postura corcunda.

Essa deformidade pode ser causada pela doença de Scheuermann, também chamada de cifose de Scheuermann, ou osteocondrose juvenil, que provoca o desenvolvimento anormal das vértebras e uma curvatura excessiva para a frente em adolescentes.

A escoliose é outra deformidade da coluna torácica, uma condição caracterizada pelo desvio anormal da coluna para um dos lados do tronco. Ao olhar a coluna de frente, ela é reta, mas na escoliose ela adquire um formato de “C” ou “S”.

Quais os sintomas?

Os principais sintomas que as deformidades torácicas podem causar são:

  • Dor nas costas;
  • Problemas de postura;
  • Desalinhamento da coluna, o que pode prejudicar outras estruturas;
  • Desalinhamento dos ombros;
  • Dificuldades de movimentação.

O que é a cirurgia de correção de deformidade torácica?

A cirurgia de correção de deformidade torácica é uma alternativa para corrigir os desvios considerados anormais quando as terapias conservadoras não mostram resultados efetivos para amenizar os sintomas e devolver a qualidade de vida ao paciente.

Na cirurgia, são feitas osteotomias que possibilitam a correção da curva e a artrodese, procedimento que une duas ou mais vértebras de modo permanente para estabilizar e realinhar a coluna.

Quais as indicações?

A cirurgia é indicada quando a correção de deformidade torácica não é possível somente com terapias conservadoras, tais como fisioterapia, exercícios de alongamento e fortalecimento da musculatura da coluna, uso de coletes ortopédicos para evitar a progressão da curva e exercícios de reeducação postural global (RPG).

Como é feita essa cirurgia?

A cirurgia de correção de deformidade torácica é um procedimento complexo, feito em ambiente hospitalar, com anestesia geral para o paciente. São feitas osteotomias (cortes ósseos) para promover o realinhamento ósseo e estabilização da coluna por meio da artrodese, técnica na qual são utilizadas hastes, parafusos e enxertos ósseos para unir as vértebras, dar estabilidade e restabelecer a curvatura normal da coluna.

A cirurgia de correção de deformidade torácica ainda conta com a monitorização neurofisiológica intraoperatória, um exame diagnóstico utilizado para identificar lesões no sistema nervoso e preservar a função neurológica do paciente.

Quando é o momento ideal para operar?

O ortopedista especialista em coluna pode indicar a cirurgia de correção de deformidade do tórax quando há falha no tratamento conservador ou quando existem graus muito acentuados de curvatura que podem comprometer o pulmão, casos de cifose maior que 75 graus ou escoliose superior a 50 graus.

O objetivo da avaliação médica é evitar a progressão da deformidade, trazer alívio da dor e melhora da postura, tudo isso para que o paciente volte a ter uma vida mais ativa e saudável.

Existem riscos na cirurgia de deformidade torácica?

A correção de deformidade torácica de modo cirúrgico oferece alguns riscos, tais como:

  • Dano neurológico, por ser uma região onde se encontra a medula;
  • Infecções;
  • Pseudoartrose;
  • Falha na consolidação da artrodese;
  • Hemorragias.

Como é a recuperação pós cirurgia?

O paciente fica de 3 a 7 dias internado e pode necessitar de um período para estabilização em UTI. Os principais cuidados ao voltar para casa são manter repouso de 3 a 4 semanas, tomar corretamente a medicação prescrita e evitar atividades que exigem esforço físico excessivo durante 6 meses.

É possível voltar a praticar esportes?

Sim, após a consolidação da artrodese e liberação do ortopedista responsável pela cirurgia de correção de deformidade torácica é possível retornar às práticas esportivas.

Qual profissional devo procurar para fazer esse procedimento?

Como dissemos, esse é um procedimento complexo e deve ser realizado por um especialista em cirurgias da coluna, de preferência um ortopedista, que tem mais conhecimento da parte biomecânica da coluna.

O Dr. Flávio Zelada é médico ortopedista especialista em cirurgias da coluna vertebral com mais de 10 anos de experiência neste tipo de procedimento. Para saber mais sobre a cirurgia de correção de deformidade torácica, agende uma consulta.

 

Fonte:

Dr. Flávio Zelada

O’Donnell JM et. al. Scheuermann Kyphosis: Current Concepts and Management. Curr Rev Musculoskelet Med. 2023 Nov;16

Smith JS et. al. Treatment of adult thoracolumbar spinal deformity: past, present, and future. J Neurosurg Spine. 2019 May 1