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Entenda tudo sobre a fratura da coluna vertebral

Entenda tudo sobre a fratura da coluna vertebral
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

A fratura da coluna é uma lesão potencialmente séria que pode comprometer a mobilidade e qualidade de vida do paciente, demandando tratamento adequado

A coluna vertebral é uma estrutura fundamental do corpo humano, desempenhando um papel essencial na sustentação, na mobilidade e na proteção da medula espinhal. Sua complexa composição, formada por vértebras, discos intervertebrais, ligamentos e músculos, permite uma ampla gama de movimentos, ao mesmo tempo que garante estabilidade e resistência.

Diversos fatores podem comprometer a integridade da coluna vertebral, desde acidentes de alta energia até condições patológicas progressivas. A gravidade dessas lesões varia conforme a área atingida e a extensão do dano, podendo resultar em limitações físicas temporárias ou permanentes. Entenda melhor a seguir.

O que é uma fratura da coluna vertebral?

Uma fratura da coluna vertebral é uma lesão que compromete a integridade estrutural de uma ou mais vértebras, os ossos que formam a coluna. Ela se caracteriza por uma quebra, fissura ou colapso da vértebra, podendo afetar tanto a porção óssea quanto, em casos mais complexos, as estruturas associadas, como os ligamentos e a medula espinhal.

Essa condição pode ocorrer em diferentes regiões da coluna — cervical, torácica ou lombar — e apresentar variados níveis de gravidade, desde alterações estáveis e localizadas até quadros que envolvem risco neurológico significativo. Em geral, a fratura da coluna vertebral ocorre como consequência de traumas diretos, quedas, acidentes automobilísticos ou condições médicas que enfraquecem os ossos, como a osteoporose.

Tipos de fraturas na coluna vertebral

Uma fratura da coluna vertebral pode ser classificada de diferentes formas, considerando critérios como a localização anatômica, a estabilidade da lesão, a presença ou não de comprometimento neurológico e as causas subjacentes.

Fratura na coluna cervical alta

As fraturas da coluna cervical alta envolvem as vértebras C1 e C2, conhecidas como Atlas e Áxis. Essas fraturas são particularmente graves, pois estão muito próximas ao tronco encefálico e podem comprometer funções vitais. Lesões nessa região, como a fratura do dente do Áxis (odontoide), exigem atenção imediata e, frequentemente, tratamento cirúrgico com artrodese cervical, pois há alto risco de instabilidade e danos neurológicos severos.

Fratura na coluna cervical baixa

As fraturas na porção inferior da coluna cervical (vértebras C3 a C7) são mais comuns em acidentes automobilísticos ou mergulhos em águas rasas. Dependendo do tipo e da gravidade, essas fraturas podem provocar compressão medular, dor intensa e perda de mobilidade nos membros superiores e inferiores.

Fratura na coluna toracolombar

A junção toracolombar, que compreende as vértebras torácicas inferiores (T10-T12) e lombares superiores (L1-L2), é uma região de transição vulnerável a fraturas, especialmente em traumas de alta energia. Essas fraturas podem ser do tipo explosiva, por compressão ou por flexão-distração, com risco variável de comprometimento neurológico. Quando há instabilidade, a cirurgia de artrodese lombar pode ser indicada.

Fraturas na coluna por osteoporose

A osteoporose enfraquece os ossos, tornando-os mais suscetíveis a fraturas, mesmo em atividades rotineiras ou quedas leves. As vértebras torácicas e lombares são as mais afetadas, geralmente por fraturas por compressão. Embora nem sempre causem sintomas imediatos, esse tipo de fratura da coluna vertebral pode levar à perda de altura, deformidades e dores crônicas.

Fraturas estáveis

Fraturas estáveis são aquelas em que a integridade geral da coluna é preservada, e o risco de deslocamento das vértebras ou de lesão da medula espinhal é mínimo. Geralmente, envolvem apenas a parte anterior da vértebra e podem ser tratadas de forma conservadora, com repouso, colete ortopédico e fisioterapia.

Fraturas instáveis

As fraturas instáveis comprometem a capacidade da coluna em manter seu alinhamento e proteção da medula espinhal. Envolvem geralmente múltiplas estruturas vertebrais e apresentam alto risco de deslocamento e dano neurológico. Esses casos costumam exigir intervenção cirúrgica para estabilização e prevenção de sequelas.

Fraturas com ou sem danos neurológicos

A fratura da coluna vertebral pode ser classificada de acordo com a presença ou ausência de lesões neurológicas. Quando há dano à medula espinhal ou às raízes nervosas, os sintomas podem incluir dormência, fraqueza muscular, paralisia e disfunção de esfíncteres. Já as fraturas sem lesão neurológica tendem a provocar dor localizada e limitação de movimentos, mas com prognóstico mais favorável.

Sintomas de uma fratura da coluna

Os sintomas de uma fratura da coluna vertebral podem variar amplamente de acordo com a localização da lesão, o tipo de fratura e a presença ou não de comprometimento neurológico. Entre os principais sintomas, destacam-se:

  • Dor intensa e localizada, que tende a piorar com o movimento e melhorar com o repouso;
  • Inchaço ou sensibilidade na região afetada;
  • Dificuldade ou incapacidade de movimentar-se, dependendo da gravidade da fratura da coluna vertebral;
  • Alterações neurológicas, nos casos em que há compressão ou lesão da medula espinhal ou nervos;
  • Deformidade visível, em fraturas mais graves;
  • Perda de controle urinário ou intestinal.

A identificação precoce desses sintomas é fundamental para um diagnóstico preciso e para a definição do tratamento mais adequado, evitando complicações mais sérias.

Diagnóstico e exames

O diagnóstico de uma fratura da coluna vertebral começa com a avaliação clínica detalhada, considerando o histórico do paciente, a dinâmica do trauma (se houver) e os sintomas apresentados. O exame físico pode indicar sinais importantes, como dor à palpação, limitação de movimento, deformidades e possíveis alterações neurológicas.

No entanto, para confirmar a fratura e determinar sua extensão e características, a realização de exames de imagem é indispensável. Os principais exames utilizados incluem:

  • Radiografia;
  • Tomografia computadorizada;
  • Ressonância magnética;
  • Densitometria óssea.

A combinação desses exames, junto da avaliação clínica, permite ao médico classificar a fratura da coluna vertebral, definir se ela é estável ou instável e estabelecer o melhor plano terapêutico.

Tratamento e cuidados

O tratamento de uma fratura da coluna vertebral depende de diversos fatores, como a localização da lesão, o grau de instabilidade, a presença de lesão neurológica, a idade do paciente e a causa da fratura. De modo geral, as abordagens se dividem entre o tratamento conservador e o cirúrgico. Ambos os métodos exigem acompanhamento médico especializado, visando não apenas a consolidação óssea, mas também a recuperação funcional e a prevenção de complicações.

Tratamento conservador

O tratamento conservador de uma fratura da coluna vertebral é indicado principalmente para lesões consideradas estáveis, sem comprometimento neurológico ou desalinhamento significativo da coluna. Uma das abordagens mais comuns é o uso de coletes ortopédicos, que ajudam a imobilizar a região afetada, promovendo a estabilização da fratura e permitindo a cicatrização óssea adequada.

Além do uso do colete, o tratamento conservador pode incluir repouso relativo, controle da dor com medicamentos, fisioterapia e acompanhamento com exames periódicos de imagem. Em casos de fraturas osteoporóticas, é fundamental o tratamento da osteoporose para evitar novas fraturas.

Cirurgia

A cirurgia é geralmente indicada nos casos de fraturas instáveis, com compressão da medula espinhal, desalinhamento vertebral significativo, falha do tratamento conservador ou dor intensa e persistente. O objetivo principal da cirurgia é estabilizar a coluna, descomprimir estruturas neurais e restaurar a anatomia vertebral.

Os procedimentos cirúrgicos podem incluir a colocação de parafusos e hastes para fixação das vértebras, realização de artrodese (fusão entre vértebras) ou, em alguns casos, a vertebroplastia ou cifoplastia, que consistem na injeção de cimento ósseo para restaurar a altura da vértebra e aliviar a dor — especialmente em fraturas por osteoporose.

A escolha do tratamento mais adequado deve ser feita de forma individualizada, com base na avaliação clínica e nos exames de imagem, sempre priorizando a segurança e a funcionalidade do paciente.

Prevenindo fraturas da coluna

A prevenção de uma fratura da coluna vertebral envolve a adoção de medidas que visam proteger a saúde óssea, reduzir o risco de acidentes e identificar precocemente fatores que possam comprometer a integridade dessa estrutura. A prevenção é especialmente importante em grupos mais vulneráveis, como idosos, pessoas com osteoporose ou indivíduos expostos a atividades de alto risco.

Entre as principais estratégias preventivas, destacam-se:

  • Manutenção da saúde óssea por meio de uma dieta rica em cálcio e vitamina D, prática regular de atividades físicas e eliminação do tabagismo;
  • Tratamento e controle da osteoporose, especialmente para pessoas com diagnóstico ou risco da condição;
  • Adaptação do ambiente doméstico para evitar quedas, especialmente em idosos. No trânsito e na prática esportiva, o uso de cintos de segurança e equipamentos de proteção é indispensável;
  • Manutenção de posturas corretas ao sentar, levantar e carregar peso, assim como utilizar móveis e equipamentos ergonômicos no trabalho.

Quando procurar um médico?

Procurar atendimento médico o mais rápido possível é fundamental sempre que houver suspeita de fratura na coluna vertebral, especialmente após traumas, quedas ou acidentes que envolvam impacto significativo. Mesmo quando os sintomas parecem leves ou tardios, como dor nas costas persistente, alterações posturais ou limitação de movimento, é importante investigar para descartar lesões ocultas.

Você deve buscar avaliação médica imediata se apresentar:

  • Dor súbita, intensa e localizada na coluna, especialmente após trauma;
  • Dificuldade para mover-se, caminhar ou permanecer em pé;
  • Formigamento, fraqueza ou perda de sensibilidade nos braços ou pernas;
  • Perda de controle da urina ou das fezes;
  • Deformidades visíveis na coluna ou mudança brusca na postura;
  • Histórico de osteoporose com dor nas costas sem causa aparente.

A avaliação médica precoce permite um diagnóstico preciso, previne complicações neurológicas e aumenta significativamente as chances de uma recuperação completa. Nunca ignore sintomas relacionados à coluna — a atenção rápida pode fazer toda a diferença.

Entre em contato e agende uma consulta para saber mais sobre o diagnóstico e tratamento para fratura na coluna vertebral.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Coluna (SBC)

Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)